quarta-feira, 26 de maio de 2010

Queremos bibliotecas! Queremos bibliotecas!!!

Foi publicado no Diário Oficial da União do último dia 25 de maio, a Lei 12.244, sancionada pelo Presidente da República que dispõe sobre a universalização das bibliotecas nas instituições de ensino do País, já em vigor.
Referida lei determina que as instituições de ensino públicas e privadas de todos os sistemas de ensino do País contarão com bibliotecas.Neste sentido, a lei define “biblioteca escolar” a coleção de livros, materiais videográficos e documentos registrados em qualquer suporte destinados a consulta, pesquisa, estudo ou leitura.
Destaque-se a obrigatoriedade de haver um acervo de livros na biblioteca de, no mínimo, um título para cada aluno matriculado, cabendo ao respectivo sistema de ensino determinar a ampliação deste acervo conforme sua realidade, bem como divulgar orientações de guarda, preservação, organização e funcionamento das bibliotecas escolares.
Por derradeiro, há uma norma programática na lei que determina que os sistemas de ensino do País deverão desenvolver esforços progressivos para que a universalização das bibliotecas escolares, nos termos previstos nesta Lei, seja efetivada num prazo máximo de dez anos, respeitada a profissão de Bibliotecário.
Trata-se de mais um importante passo na eterna formação do hábito da leitura, tão essencial à formação do pensamento e da postura crítica.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Educação, formação permanente e auto-disciplina

Amigos,
é lugar-comum a constatação de que a deficiência histórica na educação do Brasil ainda está distante de ser transposta.

Se pudermos rever o discurso de qualquer Ministro da Educação, em décadas passadas, ocultando de propósito a fonte, é possível que pensemos que se trata de uma manifestação contemporânea, que gravite sempre em torno de pontos comuns: infra-estrutura, acesso, melhoria de qualidade, valorização de professores, erradicação do analfabetismo e outros óbices

Contudo, em que pese a existência de mazelas no campo da educação, ando pensando no quanto nós mesmos contribuímos, no nosso self-sistem para essa realidade. Noutras palavras: o acesso ao conhecimento, especialmente para todas as classes sociais, é  cada vez mais democrático, disponível. e acessível. Os livros estão mais atrativos. O direcionamento da pesquisa, do estudo e da reflexão me parecem mais fáceis hoje do que há poucos anos. Internet e a mídia contribuem para isso. As bienais  do livro são sempre um sucesso de público e de crítica.O que será que falta para que o brasileiro esteja  à altura do desafio de fazer parte de uma das nações mais prósperas do século XXI, detentora da Amazônia, do pré-sal, plena de fontes alternativas de energia limpa, uniformidade linguística e em que se faz necessário um segundo idioma para aproximações internacionais e novos negócios? Acho que nos falta iniciativa firme, vontade sólida e propósito inquebrantável, crentes de que o sucesso depende do que fazemos hoje e do que projetamos para o amanhã. 

A propósito, lembro-me de uma frase lapidar, de Monteiro Lobato, escrita na contra-capa de um dos meus cadernos na infância:
"Um país se faz com homens e livros."
Preocupa-me o fato de conhecer diversas pessoas que não fazem qualquer referência à leitura atual, seja romance, seja livro de sua área de atuação profissional, ainda que provocada a externar sua opinião.

Parece-me que stress, mídia, internet, família e outros atrativos desviam o foco do que deve ser fundamental para estar vivo e com qualidade de vida (profissional) hoje: conhecimento, discernimento, pensamento crítico.

O fato é que o conhecimento está mais disponível, não raro ao alcance da mão (literalmente),   independentemente do acesso a determinados cursos (alguns de qualidade duvidosa).

Cultura se percebe pelo linguajar, pela expressão escrita, pela interação e pelas intervenções fundamentadas dos nossos interlocutores. Como admiro certas pessoas do meu círculo de amizade, de todas as idades, hábeis na argumentação, expeditas no agir a partir de princípios, com raciocínios concatenados e gosto pelo saber!

O que não dá para aceitar é que a desculpa para sair da inércia da falta de leitura diária seja a mesma usada para  protelar a dieta ou a inércia da atividade física cotidiana: falta de tempo. Para alguns, talvez possa ser verdade, mas será que não falta propósito, compromisso, perseverança, boa-vontade e disciplina? O que você pensa?


domingo, 2 de maio de 2010

A Ética em "Alice no País das Maravilhas"


Acabo de chegar do Shopping Via Sul, onde assisti o filme “Alice no País das Maravilhas”, nesta brilhante obra de adaptação, feita por Tim Burton, com excelentes atuações de Johnny Depp (Chapeleiro Maluco) e Mia Wasikowska (Alice), sem mencionar ainda a irrreconhecível Anne Hathaway (Rainha de Copas). O resultado, só vendo: impagável.

Além de ser o meu primeiro filme 3D, observei que o filme trata de questões éticas importantes (talvez até sem querer).

Percebi que ALICE sempre diz o que pensa, age com coerência e fala a verdade (exceto quando o valor de sua própria vida está em jogo e não assume, perante a Rainha de Copas que é a tão procurada Alice. Há aí  um sopesamento de valores, relacionados ao direito primordial de continuar a vida, em claro estado de necessidade, que não tisna o brio do caráter da personagem.

Outro ponto que se destacou foi o aconselhamento que o vilão dá à Rainha Vermelha: “É melhor ser amada, do que temida, Majestade”. Esta frase é uma temática que Maquiavel aborda, em forma de indagação, no “O Príncipe”. É a ética do governante que, como um pêndulo, oscila entre a reverência do súdito e a subserviência ante a opressão.

Desnecessário mencionar que, no cerne da película, o permanente embate entre o bem e o mal dá a tônica.

Todavia, faz-me pensar que ser ético talvez seja tão somente ser simples, veraz, sem falsos silogismos, não pretender ser dono da verdade, mas também ser confiante, corajoso, consciente,sem ser tolo, de que se pode sonhar, mesmo que seja em pesadelo, como fez Alice e como fazem tantos brasileiros a cada momento.Assim eu falei com meu filho hoje.

Bom, preciso ir. Estou atrasado.