domingo, 2 de maio de 2010

A Ética em "Alice no País das Maravilhas"


Acabo de chegar do Shopping Via Sul, onde assisti o filme “Alice no País das Maravilhas”, nesta brilhante obra de adaptação, feita por Tim Burton, com excelentes atuações de Johnny Depp (Chapeleiro Maluco) e Mia Wasikowska (Alice), sem mencionar ainda a irrreconhecível Anne Hathaway (Rainha de Copas). O resultado, só vendo: impagável.

Além de ser o meu primeiro filme 3D, observei que o filme trata de questões éticas importantes (talvez até sem querer).

Percebi que ALICE sempre diz o que pensa, age com coerência e fala a verdade (exceto quando o valor de sua própria vida está em jogo e não assume, perante a Rainha de Copas que é a tão procurada Alice. Há aí  um sopesamento de valores, relacionados ao direito primordial de continuar a vida, em claro estado de necessidade, que não tisna o brio do caráter da personagem.

Outro ponto que se destacou foi o aconselhamento que o vilão dá à Rainha Vermelha: “É melhor ser amada, do que temida, Majestade”. Esta frase é uma temática que Maquiavel aborda, em forma de indagação, no “O Príncipe”. É a ética do governante que, como um pêndulo, oscila entre a reverência do súdito e a subserviência ante a opressão.

Desnecessário mencionar que, no cerne da película, o permanente embate entre o bem e o mal dá a tônica.

Todavia, faz-me pensar que ser ético talvez seja tão somente ser simples, veraz, sem falsos silogismos, não pretender ser dono da verdade, mas também ser confiante, corajoso, consciente,sem ser tolo, de que se pode sonhar, mesmo que seja em pesadelo, como fez Alice e como fazem tantos brasileiros a cada momento.Assim eu falei com meu filho hoje.

Bom, preciso ir. Estou atrasado.

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